quarta-feira, 10 de agosto de 2011

***Semente...





Ally fez um pedido e assoprou com todo o seu fôlego o dente de leão, deixando o cabo sem uma única semente. Ela desejava que o vento levasse os seus desejos assim como ele carregava aquelas pluminhas engraçadas, ficava pensando se seu pedido um dia seria um dente de leão bem gorducho cheio de sementinhas felpudas, se tornando assim a semente da realização de alguém...
Ela olhou para o céu, procurando por algum sinal de chuva, mas não, o dia ficaria ensolarado o tempo todo, e ela se sentiu renovada, caminhou até o carvalho antigo e se sentou na sombra, enquanto pensava passava a mão na relva rala que crescia ali por perto, ela pensava nos amigos que haviam passado e entrado na sua vida, aqueles que deixaram marcas eternas no seu coração, algumas bonitas, outras horríveis, mas ela gostava de todas elas, e amava cada uma das cicatrizes. Ficou pensando em como não sentia raiva, ódio ou qualquer outra coisa desse tipo, claro... ela se sentia triste por alguns acontecimentos, chateada com alguns outros, mas nada que ela não tivesse a certeza de que passaria.
Ela se encostou no tronco da grande árvore e viu um esquilo correr sorrateiro por entre os galhos, pensou em como ela crescera, no quanto havia mudado, qual a quantidade de ramos haveriam em sua árvore agora? E quantos frutos? Haveriam pequenos animais vivendo nela? Tudo o que ela sabia, é que ela gostava de quem estava se tornando, gostava das mudanças que havia acontecido, das coisas que havia notado e aprendido, ela gostava de ser mulher, ainda tinha alguns impulsos e vontades infantis, mas sem dúvida alguma... Ally agora havia crescido!

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Uma Pequena Teoria


"As pessoas só observam as cores do dia no começo e no fim, mas, para mim está muito claro que o dia se funde através de uma multidão de matizes e entonações, a cada momento que passa. Uma só hora pode consistir em milhares de cores diferentes. Amarelos céreos, azuis borrifados de nuvens, escuridões enevoadas. No meu ramo de atividade, faço questão de notá-las."

Markus Zusak - A Menina que Roubava Livros

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Morte


Ally já não a reconhecia, tinha certeza de que era a mesma pessoa... aparentemente, pois seu interior havia mudado e ela sabia disso pois Vlinderën não a olhava nos olhos. Por um tempo ela só observou a elfa com asas de borboleta que agora já não eram mais vivas como antes, o que haveria acontecido? Ally sabia a resposta mas não queria acreditar... continuou observando a situação, sabia que os novos acontecimentos foram um dos fatores que as levaram a ficar tanto tempo sem se ver, mas sabia também que isso não justificava aquela distância naquele momento e muito menos o fato de sua amiga não olha-la nos olhos... Ally sentia muito, mas não poderia fazer nada... pois havia descoberto que as coisas que as pessoas dizem não passam de palavras organizadas em uma frase e com o tempo se desgastam se não houver um significado forte e verdadeiro o suficiente... Naquele momento Ally percebeu que o que havia sido verdadeiro, estava guardado apenas dentro dela, na mente da outra já era uma quimera esquecida.