quarta-feira, 30 de março de 2011

Borboleta e Mariposa


Éramos apenas nós dois, eu e ele caminhando por uma estrada, nas laterais haviam belas casas todas elas enfeitadas com flores, o lugar cheirava como nenhum outro, nos perguntávamos qual das casas seria nossa, havia uma antiga escola que há pouco tempo voltara a funcionar não me lembro bem o nome algo com S e Júnior. Lá as crianças sorriam e brincavam como se nada fosse acontecer eu podia ouvir os pensamentos dele e pensávamos em uníssono que era maravilhoso estar ali um com o outro.

Resolvemos caminhar até o fim da estrada aonde havia uma grande casa, as paredes eram cobertas de hera e flores brancas e rosa das quais eu gostei muito, o vizinho tinha um jardim de flores roxas, eu as olhei e pensei que representavam algum perigo, e então ele percebeu que eram carnívoras, me preocupei com as flores do nosso futuro lar, seriam elas carnívoras também, me aproximei e para o meu alívio descobri que não, tinham um cheiro diferente de tudo o que eu já havia sentido, e eu me sentia bem ali perto da hera, logo que abrimos o portão estavam lá no nosso futuro jardim um milhão de borboletas, de todas as cores e tamanhos, eu achei aquilo maravilhoso.

Saímos para buscar algo aparentemente importante, e quando voltamos percebemos uma das pequenas borboletas do nosso jardim, voando pelo caminho, e então do meio da hera saiu uma mariposa, marrom e enorme, suas asas pareciam paginas de um livro envelhecido, como se alguém a tivesse recortado de uma dessas folhas de papel, e a mariposa voava atrás da pequena borboleta como se buscasse alguma cor... ele se deitou na grama perto da hera e eu me deitei no peito dele, ficamos observando as duas, mas eu tinha medo da mariposa, nunca fui fã de mariposas ainda mais daquele tamanho, elas nos fazem pensar que são borboletas, mas a verdade é que não são, eu gosto delas não as odeio, são até bonitas, aquela em especial eu gostava das asas envelhecidas, desde que não se aproximasse muito eu decidi que ela era adorável, e a borboleta, tão pequenina perto daquela mariposa imensa era como a tinta certa para o papel envelhecido, uma tinta azul viva e muito nobre junto com um tom preto extremamente escuro e brilhante. Eu achei curioso, as duas criaturas brincando, era como se não existisse nada entre elas, não importava o que os outros pensavam, ou o quanto parecia estranho, nós mesmos éramos apenas observadores da felicidade delas, eram simplesmente amigas, pequena e grande, colorida e envelhecida, borboleta e mariposa, ambas sem distinção.

***Anna Lins...

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